Quem deve tomar a vacina para Febre Amarela?

Por Giliate Coelho Neto*

Todas as pessoas que moram, trabalham ou vão visitar regiões de risco devem se vacinar. Isso inclui: zonas rurais, áreas próximas a florestas e estados da federação onde há o risco de transmissão da febre amarela em meio urbano, tal como RJ, SP, MG e BA.

Quais as contraindicações? Quem não deve tomar a vacina?

Crianças com menos de 9 meses ou pessoas com alguma doença grave que afete o sistema imunológico (câncer, Hiv, uso crônico de corticóides ou imunossupressores, etc)

Quem já tomou uma dose da vacina em algum momento da vida, precisa tomar um reforço?

Não precisa. A vacina que foi utilizada no Brasil até agora (janeiro de 2018) protege para a vida toda.

Como é essa história de vacina com dose fracionada?

É uma vacina diluída, com cerca de 20 a 25% do conteúdo da vacina original. Ela protege por 8 anos somente. 

E como saber se eu tomei ou não a dose fracionada?

Até o momento (janeiro de 2018), não foram aplicadas doses fracionadas no Brasil.

O governo Temer tem culpa nesse risco de epidemia de febre amarela?

O Ministério da Saúde reduziu em 33% as verbas para combate de epidemias em 2017 (O Globo 18/01/2018: https://goo.gl/c4RqxK). Além disso, lançou uma nova Política de Atenção Básica (PNAB) que autorizou a demissão em massa de agentes de saúde e de combates a endemias. O Conselho Nacional de Saúde alertou publicamente o Ministério da Saúde, há alguns meses, quanto ao risco desta medida, inclusive quanto à possibilidade de epidemias (Abrasco 11/07/2017: https://goo.gl/BMyQFx). Houve ainda flexibilização das regras de repasse dos blocos de financiamento do MS para estado e municípios, permitindo que prefeituras gastem menos com atividades de prevenção de epidemias e vigilância à saúde (Agência Brasil 28/12/2017 https://goo.gl/JWZJi3). Para piorar a situação, o Ministro Ricardo Barros elegeu a Fiocruz com uma espécie de inimiga desde o início de sua gestão, não respeitando os processos de decisão interna e gerando uma crises sucessivas na instituição (Estadão 30/12/2016 https://goo.gl/MMjuc1). 

*Giliate Coelho Neto
Médico de Família e Comunidade CRM/RJ 107541-1
Mestrando em Saúde Coletiva na Universidade Federal de São Paulo





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